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111AfonsoSantosJornalOJogo

<Afonso Santos, 24 anos, jogador da Sanjoanense, deveria fazer o exame de acesso à especialidade em Medicina, mas preferiu continuar a jogar e a tentar que o clube do coração suba à I Divisão.

Entrar em Medicina não é para todos. Apesar de já não ser o curso que tem a média mais alta em Portugal - no último ano letivo o vencedor foi Engenharia Aeroespacial do Instituto Superior Técnico (18,8 valores) -, milhares são os jovens que, ano após ano, tentam ingressar no curso de formação médica. Afonso Santos, 24 anos, vai para o sexto ano de Medicina e deveria, no próximo ano, estudar para o Harrison, exame que até vai acabar em 2019 e que determina, consoante a nota e preferência, a especialidade do estudante. Normalmente, é preciso estar vários meses a estudar para o Harrison, o que obrigaria Afonso a colocar de lado a carreira de hóquei em patins e a Sanjoanense, clube da II Divisão - Zona Norte - que representa.

A paixão pela modalidade é enorme e o amor pelo clube de São João da Madeira também. Assim sendo, e ao contrário do que é habitual, a Medicina vai ter de esperar... "É impossível estudar para o Harrison e jogar hóquei, porque as aulas da academia são à noite e coincidiriam com os treinos do hóquei. Vou fazer o sexto ano e trabalhar na minha tese, que apresentarei em maio/julho, mas perco um ano de Medicina, pois fazia o sexto e estudava para o exame", explica o atacante.

Para além do gosto pelo hóquei em patins, Afonso Santos viu a Sanjoanense desperdiçar a subida à I Divisão na segunda mão do play-off de promoção, com o Oeiras, depois de ter ganho o primeiro encontro. Como já jogou pelos alvinegros no mais alto escalão deste desporto sobre rodas, o goleador, que na temporada passada marcou 25 golos, quer devolver o emblema do coração ao convívio entre os grandes. "Quando não subimos, fiquei a pensar se deixava ou não de jogar. A paixão que os adeptos mostraram na época passada fez-me continuar. Nunca tinha sentido tal ligação entre os adeptos e o clube. Ainda sou novo, tenho 24 anos, adoro a Sanjoanense e estou a fazer o que quero." Além disso, sublinha, "não vou deixar a medicina totalmente de parte".

A decisão até pode ser estranha, mas recolheu opiniões favoráveis na família de Afonso Santos, não fosse o avançado filho de Licínio Santos, um dos melhores jogadores de todos os tempos dos alvinegros e que lá conquistou, em 1986, uma Taça das Taças. "A minha família quer é que eu seja feliz. Sei que, para o meu pai, deixar de jogar seria um sofrimento. Para ele, é importante que eu jogue hóquei e que seja feliz", refere.>

Foto±fonte: Jornal "O Jogo"