- Sexta-feira, 12 Abril 2019
Com a Taça das Nações já à vista, tivemos uma pequena conversa com Renato Garrido, que irá ser o próximo Selecionador Nacional de HP, uma aposta da FPP, após a saída de Luís Sénica, que foi ocupar o cargo de Presidente da FPP.
Com 45 anos, mas com muitos anos ligado à modalidade, tendo feito um percurso de cerca de uma década na equipa sénior do FC Porto como preparador físico e adjunto, ingressaria na Juventude de Viana, naquele que foi o seu batismo de fogo como treinador sénior e a meio da temporada transata aceitou o convite da UD Oliveirense, onde atualmente exerce as funções de treinador, pelo menos até ao final da temporada. Com ele irão Edo Boch, histórico guarda redes espanhol que será o seu adjunto e o preparador físico Nuno Cerqueira. Será este “trio” que tentará levar a bom porto este projecto, “surpreendente, e aliciante” que lhe formularam e que aceitou com um orgulho imenso, sabendo no entanto das dificuldades e pressões que irá encontrar neste trajecto.
Como é que sentiu o convite formulado pela FPP para aceitar o cargo de treinador nacional?
Foi sem duvidas surpreendente, não contávamos com este convite, e ficamos naturalmente orgulhosos, porque qualquer português acha que o objectivo mais alto na su acarreia é atingir o posto mais alto que é o cargo de selecionador nacional, e ficamos naturalmente muito honrados
O ultimo ano em termos de seleções foi um ano menos bom, e é claro que abraça este novo projecto com uma responsabilidade acrescida, muito, certamente do desempenho menos bom onde as seleções estiveram incluídas.
Sim eu incluo mais num ciclo que o ano passado pode não ter sido tão positivo, mas houve outros anos em que ganhamos tudo ou quase tud. A Avaliar não podemos fazer isso por aquilo que fizemos o ano passado, mas pelo ciclo que fizemos nos últimos anos, e que foi, parece-me positivo, no geral, em particular nas seleções mais jovens.
Portugal é um país histórico na modalidade e ambiciona sempre estar no lugar mais alto, e que tem que ter sempre presente na cabeça
Mudando de assunto e olhando para a vinda de estrangeiros para o nosso campeonato veio trazer sem duvida alguma muito mais competitividade e qualidade, e por alguma rezão o campeonato português é considerado o melhor do mundo, actualmente. Mas isso também não retira espaço aos jogadores nacionais mais jovens, e poderem competir nas equipas mais fortes e poderem ser mais competitivos, também.
Eu acho que tem que se fazer várias leituras e ver esta vertente em várias perspectivas. Eu acho, em termos pessoais que os estrangeiros que vieram para Portugal, que são internacionais nos países deles, trouxeram e reportaram qualidade, são bem vindos. Penso que os jovens que estiverem integrados nessas equipas também vem a ganhar com isso.
No entanto quando há qualidade, e confiança, e há muitos que estão a jogar nas grandes equipas portuguesas, acho que não perdem espaço, se tiverem a qualidade e se continuarem a trabalhar como tem vindo a trabalhar.
Por isso eu compreendo, por um lado, que seja complicado, até porque eu já estive em dois lados, na juventude de Viana e agora na UD Oliveirense, sentimos as coisas de forma diferente, agora com uma realidade com muitos estrangeiros, mas na minha opinião os jogadores que vem para Portugal se vem realmente para trazer qualidade vem realmente fazer a diferença, não vem tirar o lugar, vem sim engrandecer o campeonato.
Se a possibilidade de se conseguir, ou não a vinda deles para outros Clubes , a aposta tem que ser feita nos jovens jogadores portugueses e temos muitos com muita qualidade e talento, e com muitos deles a jogar no principal campeonato português
Renato Garrido fez a convocatória para o Torneio de Montreux e percebe-se que é uma seleção, embora com jogadores jovens, o certo é que a aposta passou por jogadores experientes , ficando aqui a ideia, pelo menos, que o objetivo é a reconquista da Taça das Nações que perdemos para a Argentina na ultima edição.
Há aqui uma situação que tem que ser frizada, e isto sem servir de desculpas. Como entende nós fomos surpreendidos e a verdade que o tempo para trabalhar na seleção é curto, e ao contrário da minha situação, os treinadores dos outros países já tem uma planificação mais adiantada e com dados que lhes permitam recolher informação que nós, pelo escasso temos que temos não pudemos fazer.
O nosso objectivo foi aproveitar, até pelos poucos dias que temos , para podermos estar juntos, perceberem a nossa dinâmica, como treinadores, para eles perceberem melhor o grupo e os jogadores portugueses, sabendo que não é um grupo fechado e portanto achamos que é uma vantagem para nós, até porque nos Clubes que passei até ao momento trabalhei com a maioria deles, e embora sabendo que com o tempo as coisas mudam, vamos voltar agora a encontrar-nos na seleção, tendo também em consideração que a sua qualidade, independentemente de estarem em clubes dispares, é inatacável.
Olhando para o Grupo que Portugal vai ter neste Torneio (Espanha, Angola e Suíça), no caso particular da Espanha, Alejandro Domingues, o selecionador espanhol, fez uma aposta numa seleção que é quase a antítese daquilo que Portugal vai apresentar. Uma seleção, podemos mesmo dizer, sub-23 (com sete jogadores a terem 23, ou menos anos).
Olhe, de certa forma vai ao encontro do que disse. Certamente é um Seleccionador que tem a vantagem de ter feito um campeonato da Europa e do Mundo com boa parte dos jogadores onde certamente tem já os processos assimilados e ele por bem, entendeu, se calhar, outro tipo de jogadores, e se calhar se nós estivéssemos na mesma situação dela na seleção faríamos igual. Isto, no nosso caso, e como já o disse, tem a haver com o timing, de preparação que teremos que fazer.
Fica, pelo menos a ideia, que esta convocatória é o preparar, e nada é imutável, como já o referiu, escolheu na altura, aqueles que pareceram, à estrutura da Seleção, os que estão em melhor forma, portanto foi nessa perpetiva que os chamou, mas também deixa a ideia que deverá ser a base da seleção eu vai estar presente no Mundial em Barcelona no mês de Agosto, e fica adjacente que será daqui que deverá começar a preparar o modelo de jogo que quererá apresentar no mundial.
Claro, isso é evidente, sem dúvidas, isto será uma preparação e um conhecimento entre todos, daquilo que Portugal pretende, que é o sucesso, e por esse motivo é que escolhemos este grupo de trabalho, mas que fique claro, que é um grupo, equipa, como quisermos, que não está fechada, há jogadores que tem perfil para aqui estar, ainda falta algum campeonato, a Taça de Portugal, A liga Europeia, e até lá muitas coisas podem acontecer. Nós estamos atentos a todos os jogadores, até porque também os temos a jogar no estrangeiro, e muitos deles estarão sobre observação, até porque tem qualidade para integrar a seleção