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Paulo Pereira, treinador do Barcelos, aproveita a suspensão da época para rever os melhores momentos... e não só.
No final da primeira volta do campeonato o Barcelos era líder e tinha feito os grandes tropeçar. Uma quebra nas seis jornadas seguintes atirou-o para quinto, mas continuou a ser a equipa mais falada

"Objetivo nunca passou por ser candidato, mas primeira volta fez acreditar"
O Barcelos é um histórico do hóquei em patins e um dos mais temidos pelos grandes, especialmente quando joga em casa. Paulo Pereira é um dos treinadores com mais experiência em Portugal, e o homem do inédito título do Valongo, em 2013/14. Ambos, clube e treinador, formam uma parceria bem-sucedida.

Como resumiria a primeira volta do Barcelos?
-Foi sensacional. Começou com resultados positivos, que moralizaram a equipa. A vitória em casa do Sporting e na receção ao FC Porto deu alento e lançou-nos para uma série de bons resultados.

A equipa recebeu cinco reforços. Foi esse o segredo?
-Os jogadores que entraram permitiram ter dois jogadores de qualidade para cada posição, dando mais soluções. Ao nível do espírito de equipa também houve um grande acrescento, pois todos criam um excelente ambiente e lutam pelo mesmo objetivo. Sem querer particularizar, tenho de realçar o regresso do Luís Querido, o nosso capitão, que é uma referência do clube e o espelho do bom ambiente e camaradagem desta equipa.

Os rivais falam muito da dificuldade de enfrentar o ambiente criado pelo público em Barcelos. Faz realmente a diferença?
-O ambiente que os adeptos criam quando jogamos em casa é fabuloso e inexplicável. O nosso pavilhão, em dias de jogos, é uma verdadeira catedral; aliás, é assim mesmo conhecida no mundo do hóquei. A nossa claque, a Kaos Barcelense, é inexcedível. Os cânticos traduzem bem o seu amor pelo clube "Oh campeão que vai no coração não dá para explicar. Ninguém vai entender...". Os adeptos ajudam-nos muito e dão-nos força.

Como recorda os jogos com FC Porto e Benfica?
-Receber os grandes é sinónimo de casa cheia e foi o que aconteceu nesses jogos. Marcoume particularmente o jogo com o Benfica, foi algo que nunca se tinha presenciado. Uma hora antes de começar o jogo, o pavilhão já estava lotado e fora do recinto estavam centenas de pessoas com bilhete para entrar. Das bancadas já se ouvia o apoio dos adeptos e da claque; foi do primeiro ao último minuto e foi muito importante para darmos a volta quando estávamos a perder por três.


E o surpreendente triunfo em Alvalade?
-Quem me conhece, sabe que as minhas equipas jogam sempre, independentemente do adversário, pelos três pontos e não para perder por poucos. Ir jogar a casa do Sporting com menos três jogadores, fruto da lesão do Miguel Rocha e do empréstimo do Alvarinho e do Gonçalo Nunes, não nos retirou identidade. Pelo contrário, senti uma motivação extra. Fizemos um grande jogo, soubemos sofrer e ganhámos com todo o mérito.

Não poder utilizar os jogadores emprestados limita as equipas, mas é uma forma mais económica de se reforçarem. Que pensa destes empréstimos que depois condicionam?
-Não poder utilizar os jogadores emprestados limita as equipas, embora não todas, pois só os jogadores emprestados ao Barcelos é que não puderam defrontar o Sporting. Entendo que o Sporting encontre no Barcelos uma equipa com valor para discutir vitórias, mas não me parece bem que tenham dois pesos e duas medidas para as mesmas situações (ndr- Sanjoanense utilizou jogadores emprestados).

Como comenta o castigo de quatro jogos a Ferruccio e o que pensa do lance que o originou?
-Só tenho uma palavra para a expulsão do Ferruccio: injustiça!

Travou os candidatos ao título, com a exceção da Oliveirense e Sporting em casa, que análise faz?
-Por muito que nos custe, temos de aceitar a derrota; nesses jogos os adversários foram superiores. Não estivemos no nosso melhor.


Se tivesse que eleger momentos na época, quais escolheria e porquê?
-O jogo com o Benfica em casa, por nos ter dado acesso ao primeiro lugar e pelo ambiente vivido no pavilhão, com um apoio arrepiante dos nossos adeptos.

"Críticas à arbitragem deixam reservas que não abonam a favor do hóquei"
A época começou com muitas críticas à arbitragem e Paulo Pereira, optando por um discurso reservado, defendeu: "Todos os intervenientes têm responsabilidade na afirmação da modalidade. As críticas que se têm ouvido deixam muitas reservas à veracidade desportiva e entendo que isso não abona a favor da modalidade. É emergente promover debates entre jogadores, árbitros e equipas técnicas, para que discutam aspetos que precisam de ser clarificados. Este debate permitirá que no final dos jogos se comentem os espetáculos e não nos limitemos aos erros de arbitragem."

Fonte- Jornal “O Jogo” * Foto- Paulo Jorge Magalhães / Global Imagens / Jornal “O Jogo”

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