- terça, 29 dezembro 2020
Rui Neto preparou tudo para competir na Liga Europeia, numa época em que o Barcelos se reforçou e tem legítimas aspirações. Teme que a pandemia faça ainda mais estragos e fala em frustração.
Quando olha para a atual classificação, vê alguma surpresa?
-Valongo e Tomar. Sei o que é trabalhar em equipas que têm de defrontar os mais fortes. Tanto o Edo [Bosch] como o Nuno [Lopes] estão a fazer um grande trabalho.
O campeonato é decidido em play-off. Gosta desse modelo?
-Fui um dos defensores do play-off. O sistema todos contra todos será mais justo, mas o play-off tem mais visibilidade e é mais emocionante. Mas esta época, com a pandemia, não sei como será nem se haverá.
A Liga Europeia era um objetivo. Sabe-se que não avança antes de março. Frustrado?
-Frustrado, sim, porque íamos estar presentes por convite e tínhamos muita ambição. É uma das provas emblemáticas, mas esta época não vejo como se vai realizar.
A acontecer será reformulada. Tem sugestões?
-Não haverá um modelo perfeito e levantam-se várias questões. Desde logo, é possível fazer uma prova concentrada e uma semana que apure equipas para a fase seguinte? Quantas são apuradas? Quem está disponível para acolher a prova? Mas eu prefiro que se prolongue a época do que seja tudo anulado, como em 2019/20. Os clubes estão a fazer uma ginástica enorme para que as coisas funcionem. Não sei se aguentamos dois anos consecutivos sem títulos. É demasiado frustrante.
O que pensa da criação da Taça 1947?
-Em termos organizativos foi excelente e a prova é importante e tem grande probabilidade de vir a ser uma referência, mas mantenho que foi num timing desajustado e isso tornou-se mais evidente com a ausência de um candidato, que é o caso do FC Porto. Se a prova é para ser disputada pelos oito primeiros, faz sentido que estejam os oito primeiros, porque são os que por mérito têm direito a ela.
Não conseguiu vencer o Benfica pela segunda vez. Sentiu o adversário mais forte ou a sua equipa mais desconcentrada por não ser um objetivo primordial?
-O jogo foi discutido até ao fim. Estamos a falar de grandes equipas, em que os jogos são decididos nos pormenores. Não vencemos pela qualidade e mérito do adversário.
Como viu os protestos da Oliveirense na meia-final?
-Compreendo, mas não quero comentar. Respeito.
Fonte- Jornal “O Jogo” * Foto- Paulo Jorge Magalhães/Global Imagens